Consumo de Memória RAM A FUNDO
O artigo abaixo foi atualizado em 2020 com informações adicionais a atualizadas deste vídeo publicado em 2017.
Nesse artigo eu abordo o Consumo de Memória RAM A FUNDO, detalhando como o Windows trabalha com a memória RAM.
Este artigo ajuda os internautas a compreenderem sobre performance e otimização no Windows, já que infelizmente a atual geração de internautas aprendeu isso com jornalistas e youtubers que não dominam esse assunto e publicam artigos e vídeos com e conceitos errados.
No meu artigo sobre a edição LTSC eu notei que muitos gamers defendem mitos e crenças incorretas que certamente foram ensinados por gamer e youtubers que entendem muito pouco sobre o gerenciamento de CPU e memória RAM. Como esse nicho de mercado PRECISA ter um PC com o máximo de performance possível, eles recorrem a dicas e conselhos de pessoas que entendem sobre hardware, mas que infelizmente não entendem tanto de Windows como entendem de hardware, com o agravante do hardware depender diretamente do Windows e de seus componentes para funcionar corretamente.
O resultado disso é que a internet está cheia de “dicas” e “soluções” equivocadas para otimização de jogos e do Windows em si, da mesma maneira que acontece com os “guias de otimização de SSD” que eu abordei nos 3 artigos sobre otimização de SSD, aonde praticamente todas dicas existentes na web são inúteis.
Nesse vídeo sobre Consumo de memória RAM A FUNDO eu destruo a conhecida crença que “quanto mais memória RAM livre, melhor”.
Melhorias no gerenciamento de memória RAM
Conforme a Microsoft lança novas versões do Windows, entre as novidades do novo sistema operacional estão diversos aprimoramentos que ficam “invisíveis” aos usuários, e um deles é justamente o gerenciamento da memória RAM.
Em 2009 o Windows 7 trouxe melhorias no PFN (Page Frame Number), permitindo que algumas tarefas em memória fossem realizadas até 15x mais rápido, além de otimizar a memória RAM para uso em processadores que começaram a ser lançados cada vez com mais cores. Antes dele o Windows Vista introduziu o ReadyBoost, que é um cache complementar à memória RAM e que otimiza bastante o carregamento de programas
Em 2012 o Windows 8 trouxe três importantes funcionalidades relacionadas ao gerenciamento de memória RAM:
1. A suspensão automática de Aplicações Modernas quando elas estão em segundo plano, fazendo com que elas ocupem 0% de CPU
2. A combinação de memória, que analisa se havia conteúdo duplicado na memória RAM – e se houvesse, ele mantinha uma única cópia e apagava as demais cópias, liberando o espaço destas para outro uso
3. A priorização de memória, em que o Windows define se o conteúdo da memória sendo usada é prioritário ou não, permitindo descartar os arquivos com baixa prioridade para que arquivos de maior prioridade tenham mais espaço na RAM.
Exemplo dessa última funcionalidade de priorização de memória: quando um antivírus analisa um programa, ele aloca um espaço da memória RAM para fazer isso, mas assim que ele finaliza a análise desse programa, aquele espaço pode ser utilizado por outro programa, pois ele não é mais utilizado. Sabendo disso, quando o antivírus aloca inicialmente esse espaço, ele informa o Windows que esse espaço é de Baixa Prioridade.
Isso não acontece quando você abre o Photoshop, em que o espaço de memória utilizado por ele é utilizado por vários módulos do programa que precisam ficar ali enquanto o usuário estiver utilizando o próprio programa – então esse espaço é alocado como Alta Prioridade.
Se o Photoshop precisar de mais espaço na memória RAM, o Windows 8 libera áreas de Baixa Prioridade para isso, mantendo na memória RAM apenas os módulos mais usados das aplicações importantes, evitando que elas fossem salvas no arquivo de paginação do disco rígido (cujo acesso é muito mais lento do que a memória RAM).
Consumo de memória no Windows 10
Em 2015 com o Windows 10 não foi diferente: esse sistema operacional veio com a compressão automática de arquivos na memória RAM, permitindo o uso muito mais eficaz da memória RAM ao mesmo tempo que diminui em até 50% a necessidade de salvar dados de cache no disco rígido. Além disso, a compressão, descompressão de dados e leitura de dados é muito rápida pois essas tarefas são realizadas via processamento paralelo e a perda de performance é imperceptível, ou seja, não há diminuição de performance por causa disso.
A melhoria no consumo de memória RAM no Windows 10 permite que ele funcione muito melhor em computadores com pouca memória RAM em comparação com versões antigas do Windows, além de evitar a diminuição do tempo de vida útil do disco rígido ou SSD por eles serem menos utilizados- e não é à toa que existem tablets com apenas 1 GB de memória RAM rodando Windows 10 que funcionam de modo satisfatório. Isso também acontece pela melhoria dos algoritmos de gerenciamento de memória que o Windows 10 implementou.
Como você pode ver, o uso da memória RAM é algo muito mais complexo, detalhado e principalmente dinâmico do que as pessoas imaginam.
A evolução no gerenciamento de memória RAM e a implementação de melhorias que eu expliquei agora há pouco, fazem com que o Windows ajuste a memória RAM para obter o máximo de desempenho sem que o internauta perceba ou precise fazer alguma coisa.