O navegador Opera sempre foi muito rápido e estável, e eu mesmo utilizava-o até 2016 quando ele foi comprado por US$ 600 milhões por um consórcio de empresas chinesas liderada pela Qihoo. Desse dia em diante ele entrou automaticamente na lista de programas NÃO recomendados, ou seja, eu sugiro que os internautas jamais utilizem ele pois programas chineses não são confiáveis.
Muitos internautas alegam que eu estou errado quando eu considero que agora o Opera é um programa chinês, pois quem criou-o originalmente foi a empresa Opera Software ASA, que é norueguesa. Sim, embora a Opera seja norueguesa, ela não tem mais nenhuma relação com o navegador Opera que ela própria criou.
Para você compreender em detalhes:
A compra do navegador Opera pelo consórcio chinês não envolveu apenas o navegador em si, mas também as apps de performance e privacidade criados pela empresa norueguesa Opera e também os direitos de uso do nome “Opera” que todos conhecem – tanto que desde 2017 a empresa norueguesa que era conhecida por Opera foi renomeada para Otello Corporation, ou seja, a empresa Opera que você conhecia no passado não existe mais.
Na Noruega ficaram apenas a área Opera Apps e Jogos e a Opera TV – e isso continuou por até 18 meses após a aquisição pelo consórcio chinês, pois depois disso eles tiveram que mudar de nome por questões contratuais (pois o nome “Opera” foi adquirido pelo consórcio chinês) – tanto que a a antiga apps.opera.com foi renomeada para bemobi.com.
Além disso, depois que o grupo chinês tornou-se dono do navegador Opera, os quase 1.700 funcionários da empresa foram reduzidos para 560, pois o desenvolvimento e operações foram transferidos para a China. O mesmo acontece com os servidores responsáveis pelo tráfego de dados desse navegador, que agora estão em território chinês.
Assim que o consórcio chinês confirmou a aquisição do navegador Opera, todos sabiam que ele não estaria mais sujeito às rígidas leis de privacidade da União Europeia – e não é à toa que Bruce Lawson, Andreas Bovens, Shwetank Dixit e Vadim Makeev (quatro dos cinco principais Program Managers relacionados ao desenvolvimento do navegador Opera), deixaram a empresa pouco depois da compra pelo consórcio chinês.
Inclusive Zhou Yahui, fundador de uma das empresas chinesas que comprou a Opera, já havia dito que haveriam 530 demissões na Opera assim que ela fosse comprada – e isso meses antes da compra em si.
Por fim, pense racionalmente: por que os chineses investiriam US$ 600 milhões em um navegador gratuito cujo lucro anual da empresa é apenas 1% disso (US$ 6,1 milhões)?
Não é à toa que depois da compra dos chineses, o navegador Opera incluiu novas funcionalidades que permitem login no Messenger, WhatsApp e Telegram, aonde você pode enviar mensagens diretamente do navegador, além de VPN e carteira para cripto moedas – afinal nada mais “seguro” e “tranquilizador” do que saber que todas as suas mensagens privadas, conexões e senhas estão passando pela China, certo? 🙂
Aceite algo simples: a Opera norueguesa que você conhecia no passado não existe mais, pois agora ela é totalmente chinesa, e você deve ver o navegador Opera atual (além do Opera GX) como um navegador chinês sem preocupação com a privacidade do internauta e que tem o visual do navegador Opera que todos conheciam. Por mais que a equipe atual do Opera insista que ele “continua a mesmo”, agora você sabe que isso está muito longe da verdade.